O câncer pode ser desenvolver no nariz? Sim, essa região do corpo pode ser afetada por um tumor, mais precisamente esse câncer atinge a cavidade nasal, que vai das narinas até a faringe, ou os seios paranasais, espaços cheios de ar que ficam no interior dos ossos da face e do crânio e ajudam na circulação do ar que respiramos.
Essa é uma doença bastante rara. No Brasil, a incidência do câncer de cavidade nasal é baixa, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, representa somente cerca de 2% dos tipos de câncer diagnosticados no trato respiratório.
Segundo dados da American Cancer Society, o câncer na cavidade nasal é mais comum em pessoas de pele branca do que negra. Além disso, a faixa etária com maior número de casos da doença é a partir dos 55 anos de idade.
Os tumores nasais e paranasais podem ser tanto benignos (não cancerosos, pois crescem somente no local e não se espalham para outras partes do corpo) ou câncer, com risco potencial de afetar outros órgãos, glândulas e tecidos.
Principais fatores de risco do câncer na cavidade nasal
O crescimento descontrolado de células que pode desencadear no câncer na cavidade nasal ou nos seios paranasais ocorre por causa de mutações genéticas, com maior risco
de ocorrer, caso a pessoa tenha alguns desses hábitos:
Fumar qualquer tipo de produto derivado do tabaco (cigarro, narguillé, cigarro eletrônico, entre outros);
Estar frequentemente perto de pessoas que fumam, inalando passivamente a fumaça;
Estar exposto com frequência a produtos químicos e irritantes no trabalho, como poeira de madeira ou de níquel, amianto, etc.;
Respirar constantemente ar com muita poluição, como de escapamento de veículos;
Ter a infecção pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano), que pode ser sexualmente transmissível
Por isso, para prevenir o câncer da cavidade nasal e dos seios paranasais é muito importante parar de fumar, utilizar proteção durante a relação sexual (inclusive oral), vacinar contra o HPV – Papilomavirus Humano e proteger as vias respiratórias em trabalhos que te exponham a algum produto químico ou poluente.
Como identificar um câncer de cavidade nasal
Alguns sinais podem indicar a presença de um câncer na cavidade nasal, entre eles:
Dificuldades em respirar pelo nariz;
Perda do olfato;
Presença de sangramentos nasais;
Congestão nasal que não melhora;
Inchaço ou dores na face;
Ferida ou lesão no céu da boca que permanece após semanas;
Dificuldades para abrir a boca.
Caso você note constantemente a presença de algum desses sinais, busque a análise de um especialista. Esses sintomas não necessariamente representam a presença de um câncer, pois também podem ser decorrentes de outras doenças ou quadro clínicos, por isso, a avaliação de um médico otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço é fundamental para o diagnóstico preciso.
Em caso de suspeita de um câncer na cavidade nasal, o especialista poderá solicitar exames de imagem e, para confirmação, uma biópsia, que é a análise em laboratório de uma parte ou tecido do tumor que foi retirada.
Como é feito o tratamento do câncer de cavidade nasal
A maior parte desses tumores é tratada por cirurgia. Mas em alguns casos pode haver indicações para radioterapia e quimioterapia, por exemplo, em tumores sinonasais indiferenciados, conhecidos pela sigla SNUC. A radiação é aplicada cuidadosamente para atingir com precisão as células do câncer da cavidade nasal e reduzir o risco de efeitos colaterais.
A cirurgia é o tratamento principal para os tumores benignos e maioria dos tumores malignos. Em grandes tumores pode haver necessidade de acessos pela face, algumas vezes associada a acessos pelo crânio, as chamadas cirurgias craniofaciais. No entanto, para muitos tumores mais localizados, descobertos precocemente, a cirurgia endoscópica realizada através do nariz, sem incisão na face é o procedimento que pode ser indicado. O cirurgião utiliza um tubo com uma câmera de vídeo de alta resolução, chamado endoscópio, que é inserido no nariz até alcançar a cavidade nasal, para visualizar e remover o tumor.
Muitos pacientes podem precisar de radioterapia ou de radioterapia e quimioterapia no pós-operatório. Alguns pacientes podem ser beneficiados pelo uso de quimioterapia antes da cirurgia. Uma equipe multidisciplinar com cirurgiões de cabeça e pescoço, oncologistas clínicos e radioterapeutas, habitualmente, decidem e discutem com o paciente e familiares a melhor forma de tratamento para cada caso.