O diagnóstico do câncer pode ser uma notícia difícil de lidar para muitas pessoas. De repente, a mente pode ser invadida por dúvidas sobre o futuro e uma mistura de emoções como medo, ansiedade, tristeza ou raiva.
Fora a possibilidade de se sentir muito pressionado quando ouve que é necessário "ter força para lidar" ou "ter pensamentos positivos". Ou seja, além do tratamento contra a doença, a saúde mental durante o tratamento do câncer também é um desafio.
Para auxiliar nessa tarefa, separamos 7 dicas que podem ajudar o paciente oncológico a cuidar da saúde mental:
1 - Dê tempo para digerir os sentimentos
Uma das formas de se manter otimista durante o tratamento é entender justamente que não é sempre que a pessoa estará 100% animada durante essa etapa da vida. É preciso ter tempo para processar todas as informações e emoções que surgem - e não se deve suprimir possíveis sentimentos negativos que surgirem, mas sim lidar com eles.
2 - Construa um ambiente que te faça bem.
Durante o tratamento do câncer, é fundamental que o ambiente ao redor seja benéfico para o paciente. Busque estar perto de pessoas que proporcionem momentos leves, que façam rir, que sejam um ombro amigo para chorar ou que ajudem a validar seus sentimentos.
Busque também por músicas relaxantes, leia livros inspiradores e assista a vídeos agradáveis e encorajadores.
3 - Faça atividades que te agradam
Manter ou construir hobbies durante o tratamento do câncer pode ajudar a lidar com esse momento. Retorne também as atividades que gostava, mas deixou de lado por algum motivo como falta de tempo.
Algumas ações talvez não sejam apropriadas ou devam ser modificadas no período. Por exemplo: se o hobby era escaladas ou fazer trilhas, ao invés de ficar semanas em um lugar distante, poderá acampar em um lugar próximo de casa durante o dia. Agora, se a melhor distração for desenhar, leve sempre um bloco de desenho, canetas e lápis.
Aproveite para descobrir hobbies, como tocar um instrumento, cultivar plantas, ou estudar um idioma, por exemplo.
4 - Adote uma dieta saudável
Garanta as calorias necessárias para ter energia durante o tratamento do câncer. Proteínas, frutas e verduras são importantes para uma boa qualidade de vida e podem melhorar sua força e disposição no período. Outro ponto de atenção é evitar os alimentos ultraprocessados.
5 - Tenha uma rede de apoio
Familiares, amigos, profissionais de saúde mental e de serviço social podem te ajudar a passar por esse momento. Desde auxiliar na rotina da casa, na resolução de pendências burocráticas (como ir atrás dos direitos dos pacientes com câncer, por exemplo), ou mesmo ser acompanhante durante as consultas ou tratamento ou um ouvido para o desabafar.
6 - Busque ressignificar as situações
Pode ser preciso mudar a forma de ver determinadas circunstâncias. Um exemplo: se chegou na metade das sessões de quimioterapia programadas, ao invés de temer o que ainda está por vir, passe a comemorar o fato de já ter passado da metade. Tem medo da queda de cabelos? Pense que não vai ter trabalho em raspar o rosto ou pode utilizar uma peruca diferente por um tempo provisório. São diversas situações que podem ser vistas de forma diferente, para justamente tentar diminuir o estresse no período.
6 - Procure um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra
Cerca de 40% dos pacientes oncológicos necessitam do atendimento de um profissional de saúde mental. Nos primeiros três meses após o diagnóstico é o período de maior risco para o paciente, por ser um momento de maior vulnerabilidade.
Não tenha resistência ou preconceito para tratar a saúde mental. Pode ser um ponto de apoio importante para melhorar a qualidade de vida durante o tratamento oncológico. Além disso, algumas dúvidas podem ser comuns de surgirem na mente nessa etapa da vida, e mais do que o apoio de familiares e amigos, ter profissionais especializados em lidar com essas questões é fundamental.
E se antes do diagnóstico do câncer o paciente já realiza um tratamento psiquiátrico, para questões como ansiedade, depressão ou síndrome do pânico, é preciso conversar com o psiquiatra pois poderá haver ajustes nas medicações durante as sessões de quimioterapia ou radioterapia.