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Sequenciamento de genes para definir tratamento personalizado em câncer de Cabeça e Pescoço se mostra viável

A fenotipagem genética baseada em sequenciamento de nova geração (NGS) é uma metodologia viável e aplicável para conduzir biomarcadores para tratar pacientes com câncer de cabeça e pescoço do tipo espinocelular que são refratários à platina usando agentes moleculares correspondentes.


Esse resultado, apresentado no estudo Personalized Biomarker-Based Umbrella Trial for Patients With Recurrent or Metastatic Head and Neck Squamous Cell Carcinoma: KCSG HN 15-16 TRIUMPH Trial, publicado no Journal of Clinical Oncology (JCO) representa que a realização de teste genético para identificar o perfil biológico molecular do tumor é eficaz para se definir uma terapia-alvo para determinada mutação genética presente no tumor. 


O ensaio clínico KCSG HN 15-16 TRIUMPH é fruto de um trabalho multicêntrico, de instituições da Coreia do Sul. Nesse estudo aberto e de braço único de fase II, os autores realizaram o sequenciamento de nova geração (NGS) de forma direcionada. Os pacientes foram atribuídos a cada braço de tratamento com base nos seus perfis genômicos correspondentes: braço 1 com alpelisibe, um inibidor de PIK3CA; braço 2, poziotinibe, um receptor do fator de crescimento epidérmico/inibidor de HER2; braço 3, nintedanibe, um inibidor do receptor do fator de crescimento de fibroblastos; e braço 4, abemaciclib, um inibidor de CDK4/6.


Na metodologia, definiu-se que, se não houvesse alvo correspondente, os pacientes seriam alocados no braço 5, com duvalumabe associado com tremelimumabe, mais anti-PD-L1/inibidor citotóxico de linfócitos T4. Quando ocorreu doença progressiva (DP) nos braços 1 ao 4, foi permitido passar para o braço 5. O desfecho primário foi a taxa de controle da doença no braço 1 e a taxa de resposta global foi adotada para os braços 2 ao 5


Ao todo, participaram 203 pacientes, que foram tratados entre outubro de 2017 e agosto de 2020. No braço 1, a taxa de resposta geral (ORR) foi de 21,2% e a taxa de controle de doença foi de 65,6%. A ORR foi de 0% para o braço 2, 42,9% para o braço 3, 0% para o braço 4 e 15,6% para o braço 5. A mediana da sobrevida livre de progressão foi de 3,4, 3,2, 5,6, 1,6 e 1,7 meses para cada braço, respectivamente. A sobrevida global mediana foi de 12,4, 6,1, 11,1, 9,1 e 12,7 meses, respectivamente. No geral, os perfis de toxicidade foram controláveis e não houve mortes relacionadas com o tratamento.


O cirurgião oncológico e Professor Doutor Luiz Paulo Kowalski, ao analisar o estudo, avalia que o impacto positivo da pesquisa se mostra nas melhores taxas de controle da doença e de sobrevida. “Além disso, deve-se enfatizar que o estudo, além de ter demonstrado que a toxidade apresentada foi controlável, não houve mortes relacionados com a terapia, em nenhum dos braços do ensaio clínico”, afirma Kowalski.


De acordo com os autores, este é o primeiro ensaio guarda-chuva conduzido por biomarcadores para HNSCC refratário à platina usando agentes moleculares especialmente direcionados.  

 

 

 Referência do estudo


Keam B, Hong MH, Shin SH, Heo SG, Kim JE, Ahn HK, Lee YG, Park KU, Yun T, Lee KW, Kim SB, Lee SC, Kim MK, Cho SH, Oh SY, Park SG, Hwang S, Nam BH, Kim S, Kim HR, Yun HJ; KCSG TRIUMPH Investigators. Personalized Biomarker-Based Umbrella Trial for Patients With Recurrent or Metastatic Head and Neck Squamous Cell Carcinoma: KCSG HN 15-16 TRIUMPH Trial. J Clin Oncol. 2024 Feb 10;42(5):507-517.



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